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Análise da Música: Raul Seixas – Medo da Chuva

Com todo respeito aos fãs do Raul Seixas, esse post não é um ataque a esse grande profissional da música brasileira. Na minha opinião, um poeta. A letra dessa música, Medo da Chuva, é de Raul Seixas em parceria com Paulo Coelho. Vou dar minha opinião sobre  a letra, parágrafo a parágrafo. No final, deixe sua opinião. 

Letra da Música

É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir

Aqui se relata uma cena de separação ou divórcio. A esposa é contrária ao divórcio. O marido compara o estar juntos a uma escravidão. O fim do relacionamento seria, então, a liberdade.

Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao seu lado sem saber
Dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver

No trecho acima vemos que o personagem diz que estar ao lado da esposa é como ser uma pedra imóvel na praia. Ele também diz que o relacionamento com sua atual é uma perda de tempo, pois, se não fosse ele (o relacionamento atual), o marido poderia ter experimentado vários amores que a vida poderia lhe ter trazido.

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aqui, aparentemente, ele expressa que não tem medo da “chuva”. Não se importa com as consequências de sua decisão de por fim ao seu relacionamento.

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar

Qual o segredo da vida? Ver as pedras chorarem sozinhas no mesmo lugar faz o poeta refletir: Elas não podem se mover, não podem esboçar nenhuma reação, pois evidentemente são objetos inanimados. O ser humano não é uma “pedra que chora sozinha no mesmo lugar”.

Eu não posso entender
Tanta gente aceitando a mentira
De que os sonhos desfazem aquilo
Que o padre falou

Aqui ele fala de uma mentira. Qual mentira? “Os sonhos desfazem aquilo que o padre falou”. Mas o que o padre falou? Quais seriam esses sonhos? Será que ele quis dizer que o padre disse que deveria ser “até que a morte os separe” e agora, seus “sonhos” o levaram para outro caminho, o rompimento conjugal?

Porque quando eu jurei meu amor
Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
Que ninguém nesse mundo
É feliz tendo amado uma vez
Uma vez

Agora começa a fazer mais sentido  o que ele quer dizer. O juramento que fez ao casar, para ele, foi uma traição a si mesmo. E para reforçar ainda mais sua opinião, ele diz que “ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez. Nesse trecho ele dá a entender que um único amor na vida não traz a felicidade que ele esperava, talvez fazendo uma alusão que para ser feliz precisaria experimentar vários amores.

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As estrofes finais são uma reprise das partes já explicadas acima. Conforme poderá ver abaixo.

Eu perdi o meu medo
O meu medo, o meu medo da chuva
Pois a chuva voltando
Pra terra traz coisas do ar

Aprendi o segredo, o segredo
O segredo da vida
Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar

Vendo as pedras que choram sozinhas
No mesmo lugar
Vendo as pedras que sonham sozinhas
No mesmo lugar

Minha análise final

Seguindo essa linha de raciocínio, na minha opinião essa é uma música que vai de encontro aos valores familiares e pode influenciar negativamente as relações matrimoniais. Eu sei que muitos talvez nunca refletiram na letra da música e apenas cantam sem ponderar em seu real significado. Mas ao que tudo indica não é uma boa música que incentiva o amor entre os casais.

E você, o que acha? Deixe seu comentário abaixo. Compartilhe com seus amigos!

Veja o vídeo da música:

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Thiago Heiwa

Bom, essa música realmente fala sobre o divórcio, mas tem que ser contextualizada. Ela foi escrita em 73 e o divórcio só foi legalizado de fato em 77. Tal demora (demora, pois era algo que já havia sido proposto desde 1893 – fonte: https://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2273698/a-trajetoria-do-divorcio-no-brasil-a-consolidacao-do-estado-democratico-de-direito) se deu devido a grande influência católica no Estado. Então medo da chuva é de certa forma uma crítica à igreja católica e ao Estado que não permitiam ao casal que terminassem sua união e seguissem suas vidas com outras pessoas. Pois até era permitido se separar mas não se casar novamente com outra pessoa.

Daniel Bueno

Ele está certo. Muitos casais vivem eternamente um relacionamento estragado pelos conflitos achando que devem permanecer juntos até à morte. Essa imposição social é análoga à escravidão. Não é justo pra ninguém ficar numa relação igual a uma pedra, que não tem a faculdade de se mover sozinha e se mudar para onde quiser, exercendo assim o seu direito de ir e vir, a sua liberdade.

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